Apesar de achar que boa parte dos cursos de graduação hoje é muito ruim ( escrevi sobre isto aqui - https://www.itexto.com.br/devkico/?p=2736 ) vejo a graduação como algo vital.
Por que você não vai pra graduação pra aprender Java, Oracle, Angular. Você vai pra aprender a pesquisar e aprender a aprender a respeito destas coisas. A ter contato com materiais que vão abrir sua cabeça e te formar enquanto profissional para que, aí sim, possa se dedicar ao aprendizado das linguagens.
Você não deveria ir pra graduação pra aprender o Java, mas sim o que tornou um Java possível. Deveria ensinar os fundamentos que te possibilitam avaliar ferramentas e traçar o próprio plano de aprendizado.
Quanto ao fato de EAD ser superior à aula presencial, esta é uma experiência pessoal de cada um. Se o EAD for mal feito, pode ser ordens de magnitude pior: pode, por exemplo, não apresentar ao aluno uma sequência de passos que o leve a aprender as coisas da maneira correta.
Enquanto profissional me formei inicialmente como auto didata e, devo confessar, foi a faculdade que me lapidou. Foi lá que comecei a entender como as coisas realmente funcionavam. Há momentos em que algumas questões podem parecer defasadas: “o que é um compilador e como funciona?”. Você pensa: nunca vou usar isto na vida. Pra que aprender esta merda? Aí lá na frente você vai entender que isto te possibilita interpretar melhor resultados, construir soluções, etc.
O grande lance é responder à seguinte questão: o que você chama de “defasado”? Não estar ensinando Java 12? Se sim, seu caminho é Udemy pra aprender a operar ferramentas, não na faculdade que deveria te orientar a sair alguém capaz de trilhar o próprio caminho técnico. Se “defasado” for isto pra você, vai pra Udemy ou algum curso focado na tecnologia que quer aprender.
(e aí pergunto: se você se foca apenas no que é novo, que garantia tem de que não está sendo mais um manipulado por aí ao invés de um profissional pensante capaz de se adaptar a qualquer coisa?)
Aí voltamos ao termo “a faculdade não está atrelada ao mercado”. Ela tem de estar atrelada ao mercado? Tem, mas quão atrelada? Só pra lembrar, mercado muda semestralmente, basta ver o mundo frontend. O que a faculdade deveria te ensinar? Angular, React? Ou deveria te ensinar práticas de UX, que são a base? E de programação elementar, que é outra base?
Você pode aprender a pesquisar sem a faculdade? Claro. Também pode aprender técnicas medicinais sem ela. A questão é: seu caminho solitário tem alguma comprovação de eficácia real?
No final é questão de saber o que você quer ser: um operador de framework ou um avaliador de tecnologias e solucionador de problemas?
Sinceramente, aqueles que vi focando apenas no ferramental não se tornaram mais que operadores (excelentes operadores às vezes), mas apenas executores.