Bom questionamento.
Acho que tem alguns pontos para explicar esse comportamento, primeiro que vídeos sobre conceitos dão mais trabalho e menos visualização, atualmente as pessoas procuram consumir conteúdo de forma rápida e diversa, falar sobre conceitos básicos requer uma didática mais elaborada e com exemplos acessíveis (caso queira atingir um público maior),
Outra questão é que a maior parte das empresas criou a cultura de cobrar ferramentas/frameworks como requisitos nos processos, vejo que está mudando mas ainda tem muito o que percorrer.
Com relação a qualidade do código, como foi citado, contexto tem que ser levado em conta. Acho ótimo livros ou artigos (geralmente de autores estrangeiros) que falam sobre defesa da qualidade do código, de como negociar prazos, o que é ser profissional etc, trazem uma perspectiva e uma experiência sobre o contexto do autor e sempre se tem como acrescentar no próprio dia a dia, mas fazendo um ponderamento, não há como trazer 100% para a prática.
Acho fundamental saber e entender os conceitos (até hoje estudo para isso), mas pra mim o principal é saber quando usá-los e isso leva um bom tempo. Indo para o ponto de vista humano é preciso dar tranquilidade ou trabalhar o emocional das pessoas para chegar ao estado ótimo da programação.
Por ser uma atividade ligada a criatividade e a lógica, o mercado de trabalho, contexto social e até político pode influenciar em uma construção de código. Trabalho com um sistema antigo (e a muito tempo) e vejo nele um reflexo tanto dos períodos conturbados quanto dos bons períodos das pessoas que passaram pelo mesmo. Com os anos aprendi a não julgar e a perceber que em primeiro lugar vem o código funcionando e que em minha realidade o software é o meio e não o fim.
Já vi funcionalidades perderem o timing do negócio devido a equipes estarem discutindo qual é a melhor forma de integrar 2 sistemas e outra empresa pegar o contrato por fazer um webcrawling que lia a página de um e passava para o outro (na força bruta mesmo). Com isso pessoas foram desligadas depois de um tempo e outras acumularam funções, quem fica geralmente tem um trabalho de resiliência enorme.
Não sou a favor da falta de qualidade, muito pelo contrário, testes unitários já salvaram minha qualidade de vida, padrões me pouparam raciocínio em vários momentos e utilizar um inspetor de código hoje pra mim é fundamental, mas somos seres moldados e influenciados pelo meio em que vivemos e acho que as ferramentas e conceitos tem que ser para as pessoas e não o contrário.
Desculpem se escrevi demais, acho que o isolamento e o trabalho remoto está me influenciando.
Um abraço a todos.