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Qual o problema com o "agile"?

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Já faz algum tempo que as críticas ao movimento ágil tem aparecido. Eu mesmo, confesso, quando comecei a ver coisas como pessoas tirando certificações “agile” (que antipatia do termo em inglês. Por que não falam português?) comecei a ficar bastante desconfiado.

E dizer que metodologias ágeis são algo novo hoje seria mentira: tem pelo menos uns 20 anos de estrada aí. Mas as críticas aumentam e recentemente topei com alguns artigos que me fizeram pensar e que estou compartilhando nesta discussão para que possamos debater o assunto.

Segue a lista:

  • “How Fake Agile at DoD Risks National Security” link - tenso: após uma análise bem minuciosa no departamento de defesa dos EUA notou-se que as pessoas diziam estar aplicando metodologias ágeis e na prática não estavam, colocando em risco a segurança nacional.
  • “The end of Agile” link - também da Forbes, questiona se as metodologias ágeis não estão se tornando irrelevantes.
  • “Beyond Agile: the Studio Model” link - dando continuidade à sequência de artigos, na própria Forbes é proposto um novo modelo, chamado “Studio model” para tratar a questão.

E não há nada de novo nesta discussão: o Rodrigo Yoshima em 2009 (DEZ ANOS ATRÁS) já levantava esta questão em um texto seu que ficou bem popular na época: “O que matou o RUP pode matar o Agile”

Na minha opinião o que ferra o ágil (assim como qualquer coisa) são os oportunistas: gente que acredita na possibilidade de ascender socialmente com alguma novidade, estuda muito pouco e para nosso desespero fala e aparece em excesso, deformando o objeto original tratado.

Mas mais que isto: também a falta de uma localização da coisa: muitas vezes vejo metodologias que são lindas fora do Brasil, mas que quando aplicadas aqui não batem com a nossa realidade.

Me incomoda muito também um certo dogmatismo no tema: muita gente tem medo de questionar metodologias ágeis e ser visto como retrógrado, desinformado. Talvez este seja um problema.

Então gostaria de saber a opinião de vocês. O agile tá ferrado? O que o destrói? Quais os seus problemas atuais? Tem salvação?

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acho que todos esses temos da área de tecnologia tem data de validade como os equipamentos de trabalho e algumas tecnologias.

eu vejo o termo “agile” como forma de breve se expressar a questão de “como podemos fazer o que fazemos de forma mais produtiva?”.

uma coisa q vi recentemente: http://modernagile.org/

acho que o manifesto original é datado, ele deveria ser revisado e refatorado de acordo com a evolução de todo o ecossistema da área de tecnologia.

apesar de tudo, acho q ele é fundamental para quebrar a linha do tempo a herança da forma de trabalhar da geração chão de fábrica p/ a geração q faz “appzinho” p/ resolver todos os problemas.

o podcast da plataformatec nos últimos eps revisitou a questão do manifesto original https://contagil.simplecast.com

e nesse video do freire q vi hj falo um pouco dos novos movimentos do meio e como isso é feito no nubank https://www.youtube.com/watch?v=jAm22A5wkRE

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Acho que @kicolobo citou um ponto importante: localização. Na realidade onde trabalho a mais de 20 anos, a maiorias das empresas são terceirizadas para construção do software, com isso empresas grandes de software geralmente são regidas por um contrato que os indicadores são as “entregas” dos projetos.

Coloque isso com o fato de que software nunca está realmente “pronto”, aplique ágil com entregas incrementais sem uma documentação formal (apenas baseado em histórias), com várias áreas que ficam entre a comunicação do usuário e a equipe de desenvolvimento, somado a uma relação entre as empresas que são baseadas em custo/entrega. É a receita para uma série de problemas de desconfiança e retrabalho.

Acho que aqui no meu contexto deveriam encarar o ágil como uma ferramenta e fazer uma reflexão profunda dos processos adotados e se é necessário utilizar essa ou outra metodologia.

Temos uma cultura de consumir ideias sem questioná-las ou até de contribuir para elas, isso torna a adoção um movimento lento e doloroso nas equipes e empresas. Será que precisamos mudar tudo para adotar uma metodologia?

Evoluir é essencial para qualquer setor mas acredito que deva ser observando as características do “organismo” empresarial que se tem, buscando o ritmo certo de aplicar os aspectos da ferramenta que realmente irão ajudar.

E voltando ao ágil, acredito que é uma ferramenta muito boa, mas deve ser aplicado em equipes pequenas ou médias equipes. Digo mais, na minha opinião deve ser aplicado em softwares que são “produtos prontos” ou que tenham pequeno e médio porte se forem personalizados.

Para enriquecer o tópico, sugiro a leitura de Sommerville (Engenharia de Software - Link) no capítulo sobre desenvolvimento ágil, onde é feita uma abordagem crítica (e ao meu ver justa) sobre o assunto, onde ele cita deficiências da metodologia.

Aqui um trecho interessante que mostra a visão do autor:

Os defensores dos métodos ágeis foram evangelizadores na promoção do uso desses métodos e tenderam a negligenciar suas deficiências. Isso provocou uma resposta igualmente extrema, que, em minha opinião, exagera os problemas dessa abordagem (STEPHENS e ROSENBERG, 2003). Críticos mais fundamentados, como DeMarco e Boehm (2002), destacam as vantagens e desvantagens dos métodos ágeis. Eles propõem uma abordagem híbrida, na qual os métodos ágeis incorporam algumas técnicas do desenvolvimento dirigido a planos, que pode ser o melhor caminho a seguir

Também sugiro um case da Nubank (que não é a realidade da maioria das empresas), que mostra como utilizam o ágil sem uma fórmula pronta: Como o Nubank usa a metodologia ágil para ser mais eficiente.

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