Nunca trabalhei com a linguagem diretamente, mas em diferentes ocasiões atuei em projetos junto com “coboleiros” e seu ponto de vista sobre algumas coisas é bem interessante.
Algo que ouvi e me faz pensar até hoje, não especificamente sobre a linguagem Cobol mas sobre o ambiente como um todo (COBOL+CICS+Mainframe+etc): Eles têm muita confiança na plataforma onde roda o software, o motivo? Nós na baixa plataforma para colocar um sistema no ar precisamos juntar um monte de pecinhas, e todas elas são lugares onde pode dar pau!
Imagina um deploy “básico”: servidor , JVM , application server , webserver + SSL , banco de dados , uma infinidade de bibliotecas , serviço de autenticação, N protocolos para integrar com outros sistemas … Cada dia tem chamado no suporte para problemas com uma origem diferente!
o sistema demora para entrar em uma situação de estabilidade legal. E aí no próximo projeto o que fazemos? Criamos tudo do zero com uma stack nova 
Para quem programa em Cobol a coisa seria assim: codifica, e se o código estiver certo o programa irá simplesmente rodar como foi escrito. Sem surpresas. Sem instalar nada novo, sem conectar tantas partes móveis.
Claro que isso é uma super-simplificação, o sistema é terrivelmente complexo, mas quero chamar atenção aqui para como funcionam as coisas do ponto de vista do programador - Tudo está funcionando tão bem há tanto tempo, que a plataforma é algo que simplesmente está lá e vai rodar o programa. Tudo é padronizado, acesso ao db/arquivos, troca de informação entre sistemas. Um programador Cobol não precisa tomar decisões arquiteturais antes de cada projeto, decidir se vai de framework X ou Y. É só traduzir em código a necessidade do negócio (código aliás que já é bem próximo da linguagem natural).
Claro que isso é apenas uma visão parcial, deixar de lado a inovação e apenas interagir com uma tela preta simplesmente não é uma opção. Mas é algo a se pensar… será que a liberdade de escolha e excesso de opções que temos nos sistemas modernos não acabam às vezes se voltando contra nós mesmos?
